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quarta-feira, 27 de junho de 2007

Poemas VII - Velha Traineira

E aqui vai mais um poema em jeito de canção, dedicado a todos os pescadores desta linda terra que é Peniche.

Quem sabe se um dia não aparece por aqui alguém com uma idéia para a musicar e um outro alguém com voz para a cantar.

Brincadeiras à parte, espero que gostem.




Velha Traineira



Velha traineira
vai rumando, altaneira
desflorando a bandeira
de um povo junto ao mar.
Velha barcaça,
que já perdeu sua graça
mas que a forte carcaça
ainda deixa navegar.


Barco velhinho
vai seguindo o seu caminho
mar a dentro direitinho
correndo sem se cansar.
Leva consigo
velhos lobos da maré
com sabedoria e fé
deitam as redes ao mar.


Linda traineira,
volta de sua viagem
devagar, ruma p’rá margem
pois o porto a espera.
Mais uma vez
forçando seu coração
trás toda a tripulação
são e salva para terra.


Mas desta vez,
não parou no seu destino
e ao longe ouviu-se um sino
que o som, o vento levou.
Anunciando
que p’rá doca era levada
ali ficou ancorada
a viagem terminou.


Aguarda agora
maldizendo a sua sorte
depois de enfrentar a morte
tanta vez em alto mar.
Mesmo a seu lado
está mais um barco encalhado,
partido, despedaçado
nunca mais vai navegar.

Agora sabe
um pouco mais conformada
está sua vida acabada
nada mais pode fazer.
Fecha os olhos
ao som de fortes pancadas
serrotes e marteladas
pode enfim em paz morrer.





© H. Vicente Cândido, 28-09-2006 (restaurante "O Beirão")


segunda-feira, 25 de junho de 2007

Monumentos de Peniche - São Leonardo (final)

O interior da Igreja (continuação)


Clique para página de inicio do Blog

      Assim que passamos o portal de entrada e os olhos se habituam à penumbra, a nossa atenção prende-se imediatamente no canto direito da Igreja, sobre a enorme costela de baleia petrificada encontrada algures no antigo porto de Atouguia.
      Antes de chegarmos ao grande osso, passamos por uma das duas pias da água Benta existentes, esta também da era quinhentista com uma base rectangular, cantos enrolados, pé em espiral e a bacia ornada com gomos lisos alternados com outros de três flores em relevo. No centro, a cabeça de um anjo.
      Continuamos pelo corredor direito e podemos ver o presépio da escola Machado Castro que pertenceu ao extinto Convento Franciscano de São Bernardino. Temos em seguida o Painel da Ressurreição, uma pintura sobre madeira do séc. XVI originária da escola dos Mestres do Sardoal ou da oficina do Mestre de São Quintino.
      Na capela lateral temos um retábulo de pintura formado por quatro tábuas representando diversos Santos formando um conjunto curioso, de sabor florentino, com uma pintura muito recortada e desenhada. Dentro desta capela, encostada à parede do lado esquerdo, está uma pedra rectangular de grande interesse documental e iconográfico. Entre duas pequenas peças de simbolismo desconhecido, pode ler-se a seguinte inscrição:

“ESTE CORO MANDOU FAZER A CONDESSA DONNA GUIOMAR DE CASTRO PELA ALMA DO SR CONDE ALVº D ATAIDE Q DZ (Deus) HAJA SEU MARIDO Q AQ JAZ SEU CORPO ENTERRADO O QUAL CORO FOY COMEÇADO E ACABADO NO ANNO DE MILL E QUATROCENTOS E LX VII”

      Já quase no fim do corredor direito, podemos ver o fragmento de um Fresco encontrado por detrás de um retábulo que o encobriu, protegendo-o até aos dias de hoje, levando-nos a pensar que talvez este templo tenha sido, em todo ou em parte, pintado a fresco com motivos religiosos como este fragmento atesta.
      Ainda antes de entrarmos para a Capela-mor, olhamos para cima onde se encontra a Pedra de Armas. Cerca de dois terços são ocupados com o escudo e a parte superior tem o Elmo, o Timbre e um minúsculo lambrequim. O escudo é esquartelado com armas de Figueiras de Chaves e Delgados com timbres de Figueiras de Chaves.


      Capela-mor

      Dentro da capela encontramos o túmulo do 1º conde de Atouguia da Baleia, Dom Álvaro Gonçalves de Ataíde. Cravado na parede do lado esquerdo, tem uma frente para dentro da Sacristia e outra para a capela-mor.
      Na parede por cima do túmulo, está uma lápide de pedra formada por cinco rectângulos com inscrição gótica relacionada com a vida e obra do D. Álvaro de Ataíde. Sobre esta inscrição há um brasão em relevo muito danificado, tal como o escudo no túmulo que também se encontra inutilizado.
      Em representação dum bom trabalho de escultura do Séc. XVIII temos a imagem em madeira de Cristo Glorioso, com carnação, estofado e poli cromado nos panejamentos.
      O Altar de Pedra, embora não seja o primitivo Altar desta igreja, é certamente uma bela peça que, infelizmente, não pode ser utilizada na celebração da missa obrigando a existir outro que acabo por não deixar realçar o que deveria estar em maior destaque.
      Não podemos ainda deixar de apreciar as três portas dentro da capela, todas elas de estilo diferente e, as janelas em arco redondo e ogivais que iluminam todo o espaço.
      Finalmente, junto das colunas que apoiam a ogiva, podemos ver através de vidro o nível mais baixo onde anteriormente estava o piso.




domingo, 24 de junho de 2007

Serra D'el Rei - 4º Aniversário da Vila

Página da Junta de Freguesia da Serra D'el Rei
            30 de Junho

            23.00 h ---- Actuação do conjunto "Wega Band"
            00.00 h ---- Fogo de Artifício



             1 de Julho

            9.00 h ---- Missa Solene
            10.00 h ---- Arruada com a Banda Serrana
            16.00 h ---- Saráu de Ginástica




quinta-feira, 21 de junho de 2007

A Cinderela do Século XXI

Se quiserem contar a história da Cinderela ás crianças sem que sejam apelidados de COTAS, deixo-vos com a versão actualizada que podem ler abaixo. (Se conseguirem.)





Há bué da time havia uma garina cujo cota já tinha esticado o pernil e que vivia com a chunga da madrasta e as melgas das filhas dela.

Cinderela, Cindy para os amigos, parecia que vivia na prisa, sem tempo para sequer enviar uns mails.

Com este desatino só lhe apetecia dar de frosques, porque a madrasta fazia bué de cenas.

É então que a Cindy fica a saber de alta cena que ia acontecer: Uma party..!

A gaja curtiu totil a ideia, mas as outras chavalas cortaram-lhe as bases.

Ela ficou completamente passada, mas depois de andar à toa durante uma beca, apareceu-lhe uma fada baril que lhe abichou uma farda bacana e ela ficou a parecer uma ganda febra.

Só que ela só podia afiambrar da cena até ao bater das 12.

A tipa mordeu o esquema e foi pá borga sempre a abrir. Ao entrar na party topou um mano cheio da papel, que era bom comó milho e que também a galou.

Aí a Cindy passou-se dos carretos e esbundaram 'all night long', até que ao ouvir das 12 ela teve de se axandrar e bazou.

O mitra ficou completamente abardinado quando ela deu de fuga e foi atrás dela mas só encontrou pelo caminho o chanato da dama.

No dia seguinte, com uma alta fezada, meteu-se nos calcantes e foi a procura do chispe que entrasse no chanato.

Como era alto cromo, teve uma vaca descomunal e encontrou a maluca, para grande desatino das outras fatelas que tiveram ganda vaipe quando souberam que eles iam juntar os trapos.

No fim, a garina e o chavalo curtiram largo e foram bué da happy.

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terça-feira, 19 de junho de 2007

Poemas VI - Amor e Cinzas.


Pinheiros de verão,
alimentam o fogo
do meu coração.
Ardem com uma graça
despreocupada,
acendendo uma fagulha
do nada.

O fumo derriba
a mata mais densa,
e o calor das cinzas
não compensa
a destruição do trabalho
de uma vida.
Alguém impotente,
observa o que o fogo tira.

E o Amor,
tal qual um fogo de verão
que queima a raiz do coração,
arde com tamanha força
que todo o ar se esvai
e, rendido, o corpo cai
rendendo-se à chama da paixão.

E a cinza,
que alimenta o solo mais nu,
corre nas veias do pinheiro
que se levanta mais forte.
E a ti, que dedico estes versos
e louvo a minha sorte,
quero dizer ao mundo inteiro
que o meu pinheiro és tu.





© H. Vicente Cândido, 07-09-2006 (almoço em Coimbrão)


segunda-feira, 18 de junho de 2007

Coimbrã em Festa - Verão 2007

Retornar ao início do Blog

Vão ter lugar em Coimbrã, a 7 km da cidade de Peniche, os festejos em honra da Nossa Senhora da Memória que preencherão o fim-de-semana de 29 de Junho a 1 de Julho.

Venha provar os petiscos do excelente serviço de bar e participar nos jogos tradicionais a realizar no Domingo à tarde.

As entradas são livres e pode contar com uma simpática equipa que tudo fará para tornar estes três dias agradáveis e descontraídos.



Sexta-Feira, 29 Junho

15.00 --- Música Gravada
22.30 --- Grupo musical, ZAGAIAS


             Sábado, 30 Junho

             8.00 --- Alvorada
             9.00 --- A comissão de festas, acompanhada pela
             Bandinha da Amizade, percorrerá as ruas da aldeia
             recolhendo os donativos.
             15.00 --- Festa de Igreja seguida de Procissão.
             18.00 --- Entrega da Bandeira.
             19.00 --- Animação com a Bandinha da Amizade.
             22.30 --- Conjunto, SON JOVEM


                        Domingo, 1 Julho

                        9.00 --- Alvorada.
                        10.00 --- Jogo de futebol, Solteiros x Casados.
                        13.00 --- Almoço Convívio.
                        15.00 --- Jogos Tradicionais.
                        17.00 --- Animação com a Bandinha da Amizade
                        que encerrará os festejos.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Bandinha da Amizade

      Então e porque não colocar neste Blog algumas linhas dedicadas a um grupo de amigos amantes do convívio e da música?
   Calcorreando pelas ruas ou em palco, a Bandinha da Amizade espalha a sua boa disposição ao som de Rumbas, Salsas, Tangos, Boleros, e um grande leque de música ligeira e tradicional.
   Com o seu traje característico e a alegria que já lhe é conhecida, é uma excelente proposta para eventos tradicionais efectuados ao ar livre ou em recintos fechados, em alternativa aos grupos musicais que se ficam pelo palco ou ás grandes bandas filarmónicas.

   Deixo-vos com um excerto de uma das suas actuações num baptizado em Coimbrã, na freguesia de Atouguia da Baleia, terra de origem da maior parte dos elementos da Bandinha.





Elementos do Grupo


Joaquim.... Trompete
Ismael....... Fliscorne
José Luís... Saxofone Alto
Amílcar..... Saxofone Alto
Célia.......... Saxofone Tenor
Eduardo.... Trombone
Artur......... Caixa de Rufo com Prato
Venâncio... Bombo com Prato
Miguel....... Acordeão


Contactos:

Telef..... +351   262759363
Telem... +351   914510300

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Desde Siempre, Yo Te Amo..!

É muito bom poder contar com Amigos pelos quatro cantos do mundo, principalmente quando sabemos que eles são verdadeiros. Quero agradecer aqui a uma pessoa muito especial por saber que posso sempre contar com a sua Amizade.

O Único problema, é a constante insistência para eu internacionalizar o Blog. Coitadas das minhas pobres palavras que não almejam chegar tão longe.

Enviaram-me um poema em Espanhol com indicação de autor desconhecido pedindo que eu o publicasse. É com muito prazer que o faço mas, tomei a liberdade de o completar pois, após uma consulta na Internet, descobri o intérprete do que afinal era uma canção e acho por bem atribuir os créditos a quem de direito.


Actuação de Chayanne

Artista: Chayanne
Álbum: Desde Siempre
Canción: Yo te amo


En palabras simples y comunes yo te extraño
En lenguaje terrenal mi vida eres tú
En total simplicidad de tu piel que es bondad,
La fuerza que mueve dentro para recomenzar.
Y en tu cuerpo encontrar la paz

Si la vida me permite al lado tuyo
Crecerán mis ilusiones, no lo dudo
Y si la vida la perdiera un instante
Que me llene de ti
Para amar después de amarte...vida

No tengas miedos ni dudas
Este amor es demasiado bueno
Que tú serás mi mujer
Yo te pertenezco todo entero
Mira mi pecho, lo dejo abierto,
Para que vivas en el

Para tu tranquilidad me tienes en tus manos
Para mi debilidad la única eres tú
Al final tan solo se, que siempre te he esperado
Y que llegas a mi vida y tú me das la luz
El bien
Ese mundo donde tus palabras hacen su voluntad

La magia de este sentimiento
Que es tan fuerte y total,
Y tus ojos que son mi paz

Si la vida me permite al lado tuyo
Crecerán mis ilusiones, no lo dudo
Y sin la vida la perderá un instante
Que me llene de ti,
Para amar después de amarte...vida

No tengas miedos ni dudas
Este amor es demasiado bueno
Que tú serás mi mujer
Yo te pertenezco todo entero
Mira mi pecho, lo dejo abierto.
Para que vivas en el

No tengas miedos ni dudas

No tengas miedos dudas



domingo, 10 de junho de 2007

Monumentos de Peniche - São Leonardo (parte II)

Clique para voltar a São Leonardo (parte I)       O Interior da Igreja.


      Entramos na Igreja e deparamo-nos com três Naves iluminadas por frestas de vão gótico e pela rosácea da frontaria, estando a do centro a um nível superior. Sob um tecto de madeira, os arcos ogivais assentam em altas colunas cujos capitéis se apresentam decorados com imagens de animais e plantas.

      Ao lado esquerdo podemos ver a Pia Baptismal de pedra, do séc. XVI (1562) e uma das Pias de Água Benta da era quinhentista, trabalhada com cabeças de anjo e de pé rectilíneo que se pressupõe ser mais recente do que a própria bacia.

      Continuando pelo lado esquerdo da Igreja e caminhando sobre as várias Lápides Sepulcrais que se podem encontrar ao longo de todo o pavimento, deparamo-nos com diversos painéis também do séc. XVI.

      Da oficina dos Mestres do Sardoal, temos uma pintura sobre madeira representando Anunciação e São João Evangelista e, outra representando São Pedro e São Leonardo. De Lourenço de Salzedo podemos ver uma composição maneirista de muito boa qualidade com o titulo Lamentação sobre o Corpo de Cristo e, atribuído a oficina do Mestre de São Quintino, podemos ver ainda um magnifico painel onde, de um fundo de tapeçaria bordada com ornatos da renascença, se destaca a face de São Leonardo.

      Ainda no lado esquerdo, temos a capela do Santíssimo Sacramento, revestida com azulejos do séc. XVII, com um belo retábulo de pintura maneirista representando a Descida da Cruz e podemos observar um baixo-relevo de calcário branco representando a Natividade. Este belíssimo exemplo da estatuária do séc. XIV de autor e origem desconhecidos foi oferecido à rainha Santa Isabel nos princípios do séc. XIV e é considerada a peça mais valiosa desta Igreja.






«São Leonardo (parte III)»


(continua)



sexta-feira, 8 de junho de 2007

Lidar com Pessoas - Parte I

Vou iniciar hoje um novo tema te se intitula muito simplesmente "Lidar com Pessoas".
Ao longo da minha vida, sempre estive numa posição profissional que me obrigava a um contacto directo com o público, com gente de todos os géneros e classes sociais que eu não conhecia de lado nenhum. O constante contacto com maneiras de pensar muito diferentes da minha e a necessidade de não confrontar essas ideias directamente, foi aprimorando o meu modo de falar e, aos poucos até de pensar. Quase sem perceber como, podia falar com qualquer um, expondo a minha forma de pensar sem ferir susceptibilidades mas também sem ser falso, comigo e com os outros.

Com isto em mente, resolvi publicar uma série de artigos, intercalados com outros temas neste Blog, para partilhar um pouco da minha experiência em “Lidar e Falar com Pessoas”. Espero conseguir transformar um tema maçador numa leitura agradável e, se receber um comentário que seja a dizer-me que um dos meus conselhos o ajudou, já me considero plenamente satisfeito.


Lidar com Pessoas – Parte I
(O desejo de um elogio)


      Neste mundo existe apenas uma maneira de conseguir que alguém faça alguma coisa. Já pensou nisso? Esse meio é fazer com que essa pessoa aceite a nossa vontade.
      Poderá obrigar um homem a dar-lhe a carteira, apontando-lhe uma arma; obter a colaboração de um empregado (até virar as costas) com a ameaça de o despedir; levar uma criança a obedecer-lhe por meio de pancada ou ameaças. Mas todos esses processos têm repercussões indesejáveis.
      A única maneira de fazer com que alguém aceite a nossa vontade, é dar-lhe o que deseja!

      O famoso Dr. Sigmund Freud, dos mais notáveis psicólogos do sec. XX, afirma que em nós, tudo emana de dois motivos: a necessidade sexual e o desejo de ser grande. O prof. Jonh Dewey, filósofo Americano, pensa um pouco diferente e afirma que a mais funda solicitação da natureza humana é o desejo de ser importante. Guarde esta frase: «O desejo de ser importante».
      O que desejam quase todos os adultos normais?
       Saúde e preservação de vida. Alimento. Repouso. Dinheiro e tudo quanto o dinheiro pode proporcionar. Vida futura. Satisfação sexual. O bem-estar dos filhos. Uma sensação de importância.
      Quase todos os desejos, em maior ou menor quantidade, mais cedo ou mais tarde, são satisfeitos. Todos menos o que se apresenta quase tão profundo como o desejo de alimento ou de repouso e que, raramente é satisfeito, sentirmo-nos importantes.
      Fica aqui mais uma frase para guardarem: «O mais profundo princípio da natureza humana é a ânsia de ser apreciado».
      Um meu conhecido, empresário de sucesso, disse-me uma vez: «Tenho viajado muito e encontrado muitos homens em várias partes do mundo, mas ainda não encontrei uma homem que, seja qual for a sua situação, não tenha feito melhor trabalho sob um espírito de aprovação, pondo nele maior esforço do que se tivesse de fazê-lo sob um ambiente de crítica». Esse homem é agora o “Master” de uma das maiores redes imobiliárias de Portugal. Então, porque não tentar seguir o mesmo raciocínio que têm as pessoas de sucesso?
      Conversei com algumas pessoas que pensam ser um crime alguém deixar a sua família ou os seus empregados seis dias sem comer. Porém, são capazes de os deixar seis dias, seis semanas, e muitas vezes sessenta anos sem lhes dispensar algumas palavras de consideração, coisa que eles desejam tanto como o alimento.
      Mas agora, há que distinguir entre consideração e bajulação sendo que, com a consideração podemos dar um elogio sincero. Então como separar os dois? Simples. Um é sincero a outra hipócrita; um vem do coração, a outra da boca; um é altruísta, a outra egoísta; um é universalmente admirado, a outra é universalmente condenada.
      Li uma vez como se deve definir a bajulação: «Bajulação consiste em dizer a alguém justamente o que ele pensa de si mesmo.».
      Ouvi por casualidade a conversa entre dois senhores que desconheço durante uma convenção de negócios. Um deles dizia: «Todo o homem que encontro me é superior em alguma coisa e, nisso em particular, aprendo com ele». Ora aí está mais uma frase para guardar. Eu, por meu lado, vou recordá-la até ao fim dos meus dias.
      Pensem comigo. Se há algo, por ínfimo que seja, que se pode aprender com outra pessoa, deverá também haver algo para apreciar. Então por que não fazer uma apreciação e um elogio sincero? E como procede a maioria dos homens? Exactamente ao contrário. Se não gosta de alguma coisa, investe, goza, critica; se gosta não diz nada.

      Vamos tentar fazer uma experiência durante alguns dias. Deixemos de pensar nas nossas qualidades e nos nossos desejos e experimentemos descobrir as qualidades boas que os outros possuem (mesmo que estejam bastante bem escondidas). Esqueçamos a bajulação ou a crítica e façamos um honesto e sincero elogio.

      Guarde mais esta última frase: «Seja sincero na sua aprovação e pródigo no seu elogio» e as pessoas prezarão as suas palavras, guardando-as e repetindo-as anos depois, quando já as tiver esquecido.



(continua dentro de alguns dias)
Mas não resisto em deixá-los com uma frase que vou explorar em “Lidar com Pessoas – Parte II”

«O próprio Deus não se propôs julgar os homens antes do fim dos seus dias, porque havemos de fazê-lo nós?»

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Poemas V - Vinte Anos

Palavras..! Porque escrevê-las se não forem sentidas?

Mais umas vez, as linhas que se seguem só fazem sentido para quem ver nelas algum significado e, embora a poesia seja quase sempre um veículo para expor os sentimentos do próprio poeta, por vezes há necessidade de escrever em versos algo que não corresponde à nossa própria vida, mas à de alguém que, ao ler estas poucas linhas pense para consigo:

"Este fulano escreveu isto a pensar em mim."

Se for o seu caso, espero que aprecie o poema abaixo.





Vinte anos se passaram
e o meu coração
só a ti pertenceu.
Palavras trocamos,
carinho, paixão.
O que aconteceu?
Será que alguma vez
gostaste de mim?
Começo a duvidar.
Serão ausências e voltas,
carinho e desdém,
o que chamas amar?

Penso em ti.
Acordo desolado
a recordar o passado
que não vai voltar.
Por ti, da vida prescindo
e, esqueço que foste mentindo
pois queria acreditar
que as carícias e paixão
vinham do teu coração
e não por simples interesse.
Mas, talvez eu merecesse
por te amar tanto assim.

Convenceste-me a mim
que eu também era amado.
Foi meu erro, meu pecado
não querer ver a verdade
quando tu chegavas tarde
ou nem sequer aparecias.
Por dias, meses, fugias
deixando-me no desespero
ia-te buscar, a medo
e as tuas palavras meigas
iludiam o meu corpo,
brincavam com os meus sentidos
e tu ali, por desporto.

Tantas vezes.

Tantas vezes
que no fim, já nem um beijo.
Ficava eu com o desejo
e um nojo infernal
que me mandava afastar
mas sem nunca querer-te mal.
E tu, cada vez mais
perdias aquele lume.
Para ti, eu era estrume.
Olhavas-me com repulsa
pior que um simples cão
mas, por mais que eu não quisesse,
tinhas sempre o meu perdão.

Afastaste-te de mim.
Foste para outro qualquer
e, sem um adeus sequer
saíste da minha vida.
A minha alma, tão ferida
que é a minha companhia
ainda espera que um dia
numa esperança muito vã,
talvez seja amanhã
que Deus guie os teus passos
e tu, de coração aberto
retornes para os meus braços.





© H. Vicente Cândido, 21-12-2006 (Este poema foi escrito especialmente para... ti.)



domingo, 3 de junho de 2007

Poemas IV - Olhando o Passado

Click para voltar ao início do Blog
Talvez Pensasse um dia
que conhecia o Amor
mas, não!
Conheci um sentimento sem nexo
que, para além de puro sexo
era vazio, sem brio.
Como uma cadela no cio
que aceita qualquer cão,
pensava que era paixão
com uma réstia de Amizade.
Ó dura realidade.
Confrontado com a verdade
olhei nos olhos de alguém
e vi malícia, desdém,
ou talvez uma doença
vivida na pura crença
que o Amor é possessão
e, eu gritei a tempo…
Não!
Não é isso que eu quero.
Não é isso que eu sinto.
Se digo que te Amo… Minto!
Talvez a compreensão
de quem passou uma vida
preso no seu próprio mundo
mas, seu coração vejo agora
cheio de podridão, imundo,
destruindo o que dizia
Amar de noite e de dia
numa tentativa fútil
de resgatar a alegria.
Acabou um pobre inútil
sozinho e desolado
remoendo no passado.
Sem motivos para viver
agarra-se ao que puder
fomentando a sua crença.
Será que essa doença
se vai um dia curar?
Começo a duvidar.
E se um dia parar
para pensar no mal que fez
fica maluco de vez
pois, não há quem suporte
olhar os erros de frente
e, o ódio que contém
cedo o vai levar à morte
que vem fria e, de repente
acaba sem ter ninguém.


© H.Vicente Cândido, 24-09-2006

sexta-feira, 1 de junho de 2007

8º Festival Sabores do Mar - Programa

Começa hoje o 8º Festival Sabores do Mar na Cidade de Peniche.
Para quem quiser saber todos os pormenores, fica aqui o programa completo.

VIII Festival sabores do Mar


1 Junho (Sexta-feira)Comemorações do Dia Mundial da Criança

14:00h - Comemorações do Dia Mundial da Criança - actuação de Carlos Alberto Moniz (Integrado no 50º Aniversário dos SMAS) (Recinto dos B.V.P)*
18.30h – Inauguração do Festival (Fortaleza - Capela de S. Bárbara)
18.30h / 24.00h – Artesanato (Forte das Cabanas)
19.00h / 21.30h – Animação de Rua
19.45h - Inauguração da Exposição de Fotografia Subaquática “O Nosso Mar” de Luís Quinta (Instituto de Socorros a Náufragos até 10 de Junho)
22.00h - Montelunai ( World Music) (Largo da Ribeira)


2 de Junho (Sábado)


2 a 9 de Junho - Expedição Berlengas – “Esboços de Naturalistas”, Pedro Salgado - 10ª Expedição em autonomia às Berlengas em KayaK 2007 (Peniche -Berlenga)

13.00h / 24.00h – Artesanato (Forte das Cabanas)
14.00h - Festival de Escolas de Natação (Piscinas de Peniche)
14.30h - Regata de Veleiros de Cruzeiro (Peniche -Berlenga-Peniche) – Organização Clube Naval de Peniche
15.00h - Inauguração da Exposição de Fotografia "Estruturas e Transformações” de Hugo Wirz (Edifício Cultural da CMP até 30 de Junho)
15.30h – Tarde de Folclore - Rancho Folclórico: “As Lavadeiras de Bolhos” e Rancho Folclórico “Os Camponeses da Beira Mar” (Fórum da Parreirinha)
19.00h - Eucaristia em homenagem aos Pescadores (Igreja de S. -Pedro)
20.30h / 22.00h - Animação de Rua
23.00h - Xutos & Pontapés (Largo da Ribeira)


3 de Junho (Domingo)
Comemorações do Dia do Pescador - 10ª Expedição em autonomia às Berlengas em KayaK 2007 (Berlenga – Peniche)

10.00h - Seminário: “MAR: Segurança Marítima e Pescas” (Auditório do Edifício Cultural da CMP)
12:30h – Apresentação do Heliporto de Peniche (Recinto dos B.V.P)
13.00h - Almoço do Pescador (Cantina Municipal)
13.00h / 23.00h – Artesanato (Forte das Cabanas)
15.00h - Deposição de coroa de flores no monumento ao Pescador (Largo da Ribeira)
15.30h - Dia do Pescador: Sessão Extraordinária da Câmara Municipal de Peniche (Largo da Ribeira)
17.00h - Fado com António Severino (Largo da Ribeira)
20.30h / 22.00h – Animação de Rua
21.30h - Actuação da Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana (Largo da Ribeira)


4 de Junho (Segunda-feira)


18.30h / 23.00h – Artesanato (Forte das Cabanas)
21.30h - Cantar d' Amigos (Largo da Ribeira)


5 de Junho (Terça-feira)


18.30h / 23.00h – Artesanato (Forte das Cabanas)
21.30h - Animação Musical – Bandas Locais -Bandamekos e Missinglink (Largo da Ribeira)


6 de Junho (Quarta-feira)


15.00h - Seminário – “Peniche no Oeste: um Mar de oportunidades para o turismo” (Auditório do Edifício Cultural da CMP)
18.30h / 24.00h – Artesanato (Forte das Cabanas)
20.30h / 22.00h - Animação de Rua
22.00h - Festival de Acordeão com Ana Sofia Campeã, Marlon Valente, David Rocha, Luís Raquel e Luísa Raquel (Largo da Ribeira)


7 de Junho (Quinta-feira) Feriado


10.00h – Seminário - “Artesanato: uma oportunidade de envolvimento” (Auditório do Edifício Cultural da CMP)
10.00h / 19.00h - "Boa Onda Cofidis" – Liga de Verão de Futebol de Praia - diversas actividades (Parque Gaivotas Sports)
13.00h-Travessia a Nado (Berlenga – Peniche )
13.00h / 15.00h- Animação de Rua
13.00h / 23.00h – Artesanato (Forte das Cabanas)
16.00h – Amartuna - Tuna Académica da ESTM (Fórum da Parreirinha)
17.00 – Chegada da Travessia a Nado (Cais da Ribeira )
21.30h – Noite de Fados com artistas locais (Largo da Ribeira)


8 de Junho (Sexta-feira)

10.00h / 19.00h - Convenção: “Sou de Peniche” (Auditório do Edifício Cultural da CMP)
10.00h / 18.00h – "Boa Onda Cofidis" – Liga de Verão de Futebol de Praia – diversas actividades (Parque Gaivotas Sports)
18.00h / 19.00h - Liga de Clubes de Futebol de Praia (J1) - Setúbal vs Estoril (Parque Gaivotas Sports)
18.30h / 24.00h – Artesanato (Forte das Cabanas)
19.00h / 20.00h - Liga de Clubes de Futebol de Praia (J2) - Benfica vs Peniche (Parque Gaivotas Sports)
20.30h / 22.00h - Animação de Rua
23.00h - Da Weasel (Largo da Ribeira)


9 de Junho (Sábado)


9.00h / 11.30h – "Boa Onda Cofidis" – Liga de Verão de Futebol de Praia - diversas actividades (Parque Gaivotas Sports)
9.00h / 11.00h – "Boa Onda Cofidis" – Liga de Verão de Futebol de Praia – Disney Kids -DIRECTO SIC (Parque Gaivotas Sports)
11.00h / 12.00h - Liga de Clubes de Futebol de Praia (J3) - Porto vs Setúbal (Parque Gaivotas Sports
13.00h / 24.00h – Artesanato (Forte das Cabanas)
14.00h / 15.00h - Liga de Clubes de Futebol de Praia (J4) - Benfica vs Sporting (DIRECTO SIC) - (Parque Gaivotas Sports)
15.00h / 17.00h – Programa de TV – DIRECTO na SIC (Parque Gaivotas Sports)
17.00h / 18.00h - Liga de Clubes de Futebol de Praia (J5) - FC Porto vs Estoril (Parque Gaivotas Sports)
18.00h / 19.00h - Liga de Clubes de Futebol de Praia (J6) - Peniche vs Sporting (Parque Gaivotas Sports)
20.30h / 22.30h - Animação de Rua
22.00h – Alba Plena e Dogma (Largo da Ribeira)
24.00h – Passeio Marítimo - turístico: Peniche à noite vista do mar a bordo de embarcações marítimo-turísticas (Cais da Ribeira)
Embarque na Marina junto à estação do ISN (inscrições no Quiosque Sabores do Mar)Lançamento de fogo de artifício


10 de Junho (Domingo)


10.00h / 19.00h - "Boa Onda Cofidis" – Liga de Verão de Futebol de Praia - diversas actividades (Parque Gaivotas Sports)
13.00h / 23.00h – Artesanato (Forte das Cabanas)
13.00h / 15.00h - Arruada - Bandinha da Amizade
14.00h / 15.00h - Jogo de Exibição de Futebol de Praia Feminino
15.00h / 16.00h - Liga de Clubes de Futebol de Praia (J7 – 3º/4º) (Parque Gaivotas Sports)
16.00h / 17.00h - Liga de Clubes de Futebol de Praia (J8 – Final) (Parque Gaivotas Sports)
22.00h - Declínios (Largo da Ribeira)