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sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Poemas XIV - Prece em Silêncio



Por detrás do vidro
olhava-A.
Vi-me, de repente caído,
ajoelhado a seus pés.
Rodeado de pessoas
mas sozinho em sentimentos,
naqueles escassos momentos
olhei para cima e senti.
O que fazia eu ali?
Esqueci toda a gente
ficando só de repente e,
virando os olhos para os Céus,
senti-me temente a Deus.
Ouvi o meu pensamento
soltar um grito abafado,
uma prece silenciosa.
Será que alguém escutou
um apelo, entre milhões?
Estes pobres corações
precisam mais do que eu
ter fé naquela Senhora.
Que ela nos proteja agora
dos erros que cometemos
e a nós, os que vivemos
aos tropeços pela vida,
sem destino e fraco rumo,
com a fé desfeita em fumo,
ensinai-nos que os caminhos
não se percorrem sozinhos
e que há sempre alguém
que sente o que nós sentimos
e sofre por nós também.
Abri os olhos.
Levantei-me
e ouvi o burburinho,
ruído da multidão
que andava em silêncio
no meio do santuário.
Não sei aquilo que vi,
fora talvez um engano
uma imagem escondida
entre o meu imaginário.
Não sei se mais alguém viu.
Envolta em pura brancura
a senhora olhou para mim e,
com uma lágrima, sorriu



© H. Vicente Cândido, 25-10-2007 (Santuário de Fátima)







7 comentários:

Anónimo disse...

gostei muito do que estás a por é maravilhoso, foste lá fizeste bem e secalhar não deixaste, de pensar de alguem que te quer sempre bem,
eu adoro esse sítio, obg.

um abraço do Ramos

O caracol da Adelina disse...

Boa noite amigo Vicente.
Por mero acaso encontrei o seu espaço. Gostei...
Este comentário não é propriamente para opinar sobre palavras suas, mas pelo facto de você ter nascido na mesma Peniche que eu. E é interessante (penso eu) o nosso contacto, para "falarmos" de poesia, da nossa cidade, da cidade aonde eu vivo agora, e de coisas mais.
Nasci em Peniche faz hoje precisamente 63 anos ( mas sou um homem do século XXII!?) e saí de lá com 10 anos e de vez enquanto faço visitas à minha cidade mãe. Vou tentar dizer-lhe quem sou; Perto da ribeira (porto de pesca) havia à uns anos uma pequena taverna que se chamava
"A Ginginha", cujos donos eram o Joaquim Canhoto e a Dona Elvira. Eu sou sobrinho desse casal, o meu pai - José Gaspar - era irmão da Dona Elvira. O meu pai era bem conhecido em Peniche, por ter sido um dos fundadores do Rancho Folclórico "As Rendilheiras de Peniche", à época um dos melhores de Portugal. Se o caro amigo perguntar a pessoas mais velhas da cidade, certamente lembrar-se-ão disto. Talvez fosse bonito tentarmos ir ao passado para como reconstruirmos a história deste Rancho.
Eu possuo algumas fotos que recordam esse tempo e posso enviá-las via email se assim quizer para postar no seu blogue.
O meu blogue;
musicafigosemedronho.blogspot.com
-Email: gaspar.musico@netvisao.pt
Fico aguardando a sua resposta.
Um abraço.
Armindo Gaspar Gutmann

Unknown disse...

Gostei.....

Cristiano Nadai disse...

Muito lindo o poema, mesmo não sendo dos mais devotos, acabei me envolvendo...
Parabens, escreve muito bem, consegue cumprir a dificil missão de transmitir com palavras oq o coração sente...
Abraços e quando atualizar o blog, por favor me avise, gostei daqui.

Anónimo disse...

Gostei muito deste blog e voltarei

Anónimo disse...

Gostei muito deste blog e voltarei

AnaP. disse...

Lindissimo,e de grande sensibilidade!Adorei,uma boa semana.Fique em Paz Um abraço AnaP.