A caneta continua a escrever, enquanto a fútil tentativa de sentir raiva dá origem a um sorriso.
«Talvez fosse melhor assim.» – Repito para mim baixinho. Mas o coração ainda não me deu provas do que a lógica tem como certo. – «Como é possível, depois de quase uma década de amena estabilidade, a vida dar tantas voltas num espaço de tempo tão curto?»
Olho para estes últimos dois anos, com os seus altos e baixos, acarretados com problemas e alegrias. Lembro-me dos usuais convívios, cada vez mais espaçados no tempo, dos contactos com amigos, cada vez mais raros, de novos conhecimentos e amizades que a pouco e pouco foram surgindo…
Amizade… Palavra estranha, essa.
Dou por mim novamente a sorrir.
Afinal, os amigos dignos desse nome a que eu dou, talvez, mais importância que a palavra “Amor” (usada agora por tudo e por nada em qualquer reles telenovela) continuam a sê-lo. Sinto por vezes a sua tristeza nas poucas conversas que temos, pois um verdadeiro amigo também tem o direito de ficar triste quando não nos vê felizes, e mais ainda, quando se vêem quase obrigados a fazer escolhas impossíveis em prol de um ambiente mais salutar, onde os ciúmes de um, se sobrepõem à vontade de muitos.
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