olhava-A.
Vi-me, de repente caído,
ajoelhado a seus pés.
Rodeado de pessoas
mas sozinho em sentimentos,
naqueles escassos momentos
olhei para cima e senti.
O que fazia eu ali?
Esqueci toda a gente
ficando só de repente e,
virando os olhos para os Céus,
senti-me temente a Deus.
Ouvi o meu pensamento
soltar um grito abafado,
uma prece silenciosa.
Será que alguém escutou
um apelo, entre milhões?
Estes pobres corações
precisam mais do que eu
ter fé naquela Senhora.
Que ela nos proteja agora
dos erros que cometemos
e a nós, os que vivemos
aos tropeços pela vida,
sem destino e fraco rumo,
com a fé desfeita em fumo,
ensinai-nos que os caminhos
não se percorrem sozinhos
e que há sempre alguém
que sente o que nós sentimos
e sofre por nós também.
Abri os olhos.
Levantei-me
e ouvi o burburinho,
ruído da multidão
que andava em silêncio
no meio do santuário.
Não sei aquilo que vi,
fora talvez um engano
uma imagem escondida
entre o meu imaginário.
Não sei se mais alguém viu.
Envolta em pura brancura
a senhora olhou para mim e,
com uma lágrima, sorriu
© H. Vicente Cândido, 25-10-2007 (Santuário de Fátima)