Sob o calor do sol, o teu corpo desnudo
descansa a meu lado, de olhos fechados e, os dois ou três salpicos de areia que
te abrilhantam a face, tornam ainda mais doce e sedutor o teu sorriso.
Adormeceste com o burburinho das ondas, numa
maré que subia calma e lentamente.
Enquanto lia baixinho as páginas de um livro
que nos leva a acreditar ser possível, até na mais simples história de vida,
todos termos a capacidade de voar rumo a um destino ainda não traçado, pensei
ser talvez o som da minha voz que te embalava na serenidade dos sonhos.
Foi mais forte do que eu, resistir a fazer-te
uma carícia.
Acordaste… Não em sobressalto mas, murmurando
as palavras mais doces que tinha escutado até então:
"Olá Amor! Já adormeci, não foi? "
Não respondi. Limitei-me a interiorizar todo o
sentimento que um pequeno conjunto de letras pode ter, quando genuínas e ditas
com sinceridade.
Passaram algumas horas…
O vento obrigou-nos a sair daquele lugar e, não tardaria muito, irias partir.
O vento obrigou-nos a sair daquele lugar e, não tardaria muito, irias partir.
Parámos num local mais recatado, na exacta
altura em que o sol desaparecia entre rochas nuas de tons acastanhados e o azul
acinzentado do mar.
Uma vez mais, a conversa séria sobre os problemas da vida deu
lugar ao silêncio.
Palavras para quê, quando as cores plácidas do final do dia contam sem usar a voz uma mesma história de vida que uniu na paixão dois corações?
Palavras para quê, quando as cores plácidas do final do dia contam sem usar a voz uma mesma história de vida que uniu na paixão dois corações?
Ficamos assim… por minutos intermináveis
sentindo o calor do nosso desejo esquecer a vida e o mundo, unindo-se na
ternura de um beijo.
Despedida.
É sempre difícil a despedida.
Deixamos para trás o pôr-do-sol e, pouco
depois as nossas mãos tocavam-se num último adeus. Seria apenas por um dia mas,
até o mais efémero segundo sem te saber perto de mim, parecia uma eternidade.
Não resisti a fazer-te sorrir uma vez mais
antes de partires:
“Esta noite vou procurar por ti nos sonhos e…
amanhã espero por ti com um beijo!”
Já não escutaste as últimas palavras que disse baixinho, não retraindo uma pequena lágrima:
“Boa viagem… meu Amor!”
Já não escutaste as últimas palavras que disse baixinho, não retraindo uma pequena lágrima:
“Boa viagem… meu Amor!”
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